Os segredos da Produção Musical

segunda-feira, 16 de maio de 2011


As novas tecnologias simplificaram o acesso tanto ao conhecimento quanto aos bens de produção musical. Hoje, todos os músicos, sejam eles profissionais, iniciantes ou amadores de qualquer classe social e estilo musical têm plenas condições de montar e operar um estúdio e de realizar gravações e mixagens de alto nível. Com a absorção dos antigos equipamentos pelo computador, a queda nos custos e a facilidade de obtermos informações e estudar com a Internet o que parecia há poucos anos um sonho distante é agora uma realidade óbvia até para quem não queria ver. Tornar-se produtor é parecido com aprender a tocar um instrumento, que depende 99 por cento de transpiração e um por cento de inspiração, como dizem os mestres. Só que, temos que admitir, é bem mais rápido aprender a dominar as técnicas de gravação e de produção musical do que aprender a tocar bem a maioria dos instrumentos.
O primeiro passo é entender que a produção musical precisa de conhecimentos ou noções de áudio, música, informática, inglês, marketing e até de psicologia. Outras matérias também ajudam, como direito, história e eletrônica, mas não são as principais. Assim como ninguém precisa estudar telecomunicações para falar num celular, o produtor que usa uma mesa de som não é obrigado a entender de eletrônica. Quem precisa mais disso são os técnicos de manutenção, os projetistas de equipamentos e os desenvolvedores de programas. O melhor é o produtor musical estar atualizado na maior variedade possível de assuntos, acompanhar o seu tempo.

No entanto, é importante ter alguma noção do que se passa nos computadores, já que eles passaram a ser o próprio sistema de gravação. Quem vai montar ou comprar um computador para gravar tem que saber escolher todas as peças e os programas, sob pena do sistema simplesmente não funcionar. Nossos estúdios, hoje, têm quase todos os componentes em forma de software. Já não são apenas programas gravadores, mesas de mixagem e efeitos, mas instrumentos musicais muito complexos com enormes coleções de timbres de altíssima qualidade, simuladores de amplificadores, de microfones, de ambientes acústicos, ferramentas revolucionárias para produção de música eletrônica e programas de edição de vídeo, a mídia para onde tantas outras estão convergindo. Os computadores que suportam todos esses recursos são bem mais sofisticados do que aqueles montados para escritórios.

Mesmo assim, com a queda na taxação dos produtos de informática e a desvalorização do dólar, computadores bastante robustos custam, hoje, poucos milhares de reais. Este era, nem faz muito tempo, o preço de um único item do estúdio, como um sintetizador popular ou uma mesinha de som, e não o custo de, praticamente, um estúdio inteiro. E muitos computadores com configurações mais antigas ou básicas rodam perfeitamente os programas mais leves e os mais antigos. Para realizarmos gravações e mixagens de instrumentos e vozes em pequena quantidade, em muitos casos, podemos usar um mesmo sistema por muito tempo, escapando do consumismo desenfreado que leva alguns produtores a trocar de computador todo ano.
É claro que todo mundo quer ter sempre a última versão do seu programa favorito. Mas isto não é o mais importante. O importante, como diz o jargão, é usar o programa que você sabe usar. Enquanto ele estiver resolvendo, ninguém precisa se culpar por não estar com o sistema de gravação atualizado se não tiver condições para isto.

O mercado de trabalho


A diversidade dos equipamentos e programas encontrados nos home studios reflete a variedade de talentos e aptidões que temos no meio musical. Mesmo em casa ou em sistemas móveis, músicos de todos os gêneros e estilos gravam e mixam muitos canais de áudio, masterizam CDs e ainda divulgam e comercializam suas obras na Internet, produzem música eletrônica e todo tipo de música utilizando samplers, sintetizadores e gravando áudio ao mesmo tempo, mixando e masterizando todo o material. Com isso, fazem álbuns, trilhas, jingles e demonstrações. Muitos também sonorizam vídeos ou mesmo produzem seus próprios, apresentando seu trabalho na Internet e autorando DVDs seus e dos seus clientes.

Esses produtores atendem diretamente ou através de agências a um mercado crescente e diversificado. Além dos clientes tradicionais, como gravadoras, artistas e bandas independentes, emissoras de rádio e TV, agências de publicidade e produtoras de cinema, vídeo e teatro, temos hoje empresas produtoras de multimídia, web designers e clientes diretos de todo tipo, como grandes e médias empresas com seus vídeos institucionais e de treinamento, igrejas, políticos, DJs e as múltiplas emissoras de TV digital que surgirão a partir de agora. Isto sem contar o público em geral que solicita transferência de áudio de mídias antigas para as novas como cópias de fitas e discos para CDs e arquivos MP3.
Todos esses clientes se voltam cada vez mais para a negociação direta com os produtores musicais. Paradoxalmente, quanto mais se torna uma atividade caseira, mais a produção de áudio e música expande seu mercado e, com isso, se estabelece como atividade econômica de massa e não mais somente de ponta. Não podemos esquecer as grandes produtoras e muitas outras empresas que absorvem diversos produtores, mas é espantosa a multiplicação dos estúdios caseiros com atividade comercial permanente atuando em todos os municípios do país.

O que ouvir
 
O bom produtor escuta todo tipo de música. É fundamental para quem começa na carreira ir a shows de música popular e concertos de música erudita. Entrar numa sala de concertos e ouvir e ver uma orquestra sinfônica se apresentando sem microfones e nenhum aparato de áudio é muito importante. Conhecemos os verdadeiros timbres de muitos instrumentos, sua força expressiva em relação aos demais, suas funções dentro da música, as combinações entre eles e muito mais, além de colocarmos nosso cérebro musical em contato com as criações de alguns dos maiores gênios da história da humanidade, o que é bastante inspirador.
Antonio Guerreiro acrescenta: “Ouvir também música japonesa, árabe, indiana, ouvir as músicas do mundo, trance, trash, hard rock. É bom que o produtor musical esteja voltado para o processo de globalização, já que a tendência é a fusão de estilos, tendências musicais diversas, de diferentes culturas que estão se fundindo. Toda cultura é um processo de fusão. As culturas se intercambiam e se interdependem. Ninguém pode ser técnico ou produtor de um estilo só. Seria muito triste.”

Ao ver um show, alem de curtir a música, devemos prestar atenção no áudio. Se for possível, leve um papo com o operador de áudio. Saber o material que ele utiliza, como ele contorna problema de acústica e deficiências do equipamento, como mixa a banda ao vivo em cada tipo de ambiente vai ajudá-lo muito a formar suas convicções.
Escutar todo tipo de gravação, sejam CDs ou arquivos baixados na rede, deve ser uma prática diária. Prestar atenção no trabalho de cada instrumento e voz, na ambiência criada pelo produtor, no arranjo, na maneira como os instrumentos se combinam e na diversidade de estilos de produção é uma prática muito útil para nosso amadurecimento profissional.

fonte: http://cursohomestudio.wordpress.com

Um dos maiores Produtores Musicais do Brasil





Rick Bonadio (1969) é um produtor musical, compositor brasileiro, jurado do programa ídolos da Rede Record, criador e diretor das gravadoras Arsenal Músic e Midas Músic. É conhecido por produzir artistas como Mamonas Assassinas (em cujo disco era chamado de 'Creuzebek'), Charlie Brown Jr., Fresno, NxZero, Tihuana, CPM 22, Rouge, Luiza Possi, Banda Agnela, Pepê e Neném, Titãs , Ira!, Art Popular, Manu Gavassi, e muitos outros.
Filho de uma costureira e de um dono de oficina de auto-peças que foi assassinado em 2000 após sofrer um roubo, Rick foi casado com Suseth Marcellon, com quem tem dois filhos, Gabriela e Leonardo.
Além de produtor musical e compositor, também foi jurado do programa Pop Star, no SBT, exibido em duas temporadas. Na primeira, exibida em 2002, foi formada a banda pop feminina Rouge, cujo disco de estreia alcançou a marca de mais de 1,5 milhão de cópias em seis meses. A banda foi extinta no fim de 2005. A segunda temporada, exibida em 2003, revelou a banda pop masculina Br'oz, que vendeu mais de 550 mil cópias de seu álbum de estreia.
É dono do estúdio Midas em São Paulo um dos maiores estúdios do país.
Ainda na televisão, é produtor musical do quadro Olha a Minha Banda, do Caldeirão do Huck, exibido pela Rede Globo, onde bandas iniciantes são ajudadas pelo quadro para poderem chegar ao estrelato. A principal banda revelada pelo quadro foi a banda Agnela.
Entre 1998 e 2002, Bonadio foi diretor geral e artístico da divisão brasileira da gravadora Virgin Records, cuja operação brasileira foi posteriormente absorvida pela EMI Music. Em 2001, pouco antes de deixar o cargo, criou a gravadora e produtora Arsenal Music, responsável por bandas como Fresno, NxZero, Tihuana, CPM 22 e Hateen, entre outras. O catálogo da gravadora foi distribuído pela Sony Music entre 2001 e 2005, quando a operação foi assumida pela Universal Music.
Foi confirmado como jurado do programa Ídolos, da Rede Record, em 2011, ao lado de Luiza Possi e Marco Camargo.

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